Este título e conteúdo, estão baseados no artigo "O mal em se morar mal" de Rose Carreiro, o qual sugiro que leiam para um maior entendimento deste post. Na verdade eu diria que o meu texto é quase uma resposta ou simplesmente uma reflexão aos elementos colocados por ela no seu artigo. Mas seguindo a linha de pensamento de "Existe tempo pra tudo!", não quero me fixar na experiência pessoal, mas sim nos critérios que quero transmitir. Sendo assim, vamos lá!
A menos de um ano eu morava no centro da cidade, a cinco minutos de tudo, com facilidade de chegada e saída para qualquer lugar e a qualquer hora do dia ou da noites. Tinha grátis: comida, roupa lavada, comodidade, agua quente, limpeza, tudo. Até posso dizer que estava feliz pois "nada me faltava".
Tudo isso que era muito bom e prazeroso, foi modificado de modo repentino ao abraçar uma oportunidade ousada, e como tal, arriscada.
A menos de seis meses moro longe do centro da cidade. Precisamente a trinta minutos e com uma enorme limitação de transporte para chegada e saída, estando ainda mais distante de outros pontos geográficos da cidade. Não tenho a comida feita na hora que eu gostaria de tê-la. Lavo e passo a minha própria roupa e limpo a minha casa, atividades que costumo realizar de noite ou nos fins de semana. Já tive dificuldades com a agua quente, o que me levou a duas semanas de água fria às 6 am e de noite e outra série de gastos e transtornos. Com tudo isto estou feliz ainda que "muita coisa me falte".
Em ambos casos estava feliz. São casos diferentes e situações diferentes, mas com um elemento comum: a felicidade. Felicidade que não é para mim sinônimo de conformo ou fartura, tanto assim que, se podemos medir a nossa felicidade, hoje, que tenho mais dificuldades, estou mais feliz. No meu aqui e agora, na minha situação atual, com mais dificuldade que antes, minha vida está repleta de felicidade. Felicidade que tem como substrato a liberdade e a conquista de ter abraçado o desafio de uma nova etapa da minha vida.
A liberdade, capacidade do eleição entre o bom e o ótimo, é um elemento buscado e desejado profundamente pelo ser humano. Todos nós queremos ser livres e todos nós descobrimos sempre uma série de fatores, internos ou externos, que nos privam desta liberdade. Porém nos cabe trabalhar sempre por alcançá-la, por ser homens livres, sem ataduras. Estender esta reflexão seria muito filosófica e espiritual demais.
A conquista, obtenção de uma meta por meio da luta ou esforço contrariado, é outro fator que faz parte da vida. Se nós enxergamos a vida como uma grande meta a ser alcançada, as dificuldades se tornam obstáculos que querem impedir nossa conquista, mas que devem e podem ser superados. E a vida humana é assim: repleta de conquistas. Ela se enche de sentido com essas pequenas conquistas, que nos aproximam ao seu sentido pleno e que devem ser o retrato do nosso dia a dia. Conquista: esse deve ser o resumo da minha jornada ao encostar a cabeça no travesseiro para dormir.
Para cada um as conquistas são diferentes. Por isso acredito que este artigo sirva a qualquer pessoa que o leia. Mas o alcançá-las, o que nos faz cada vez mais livres, é o que termina unindo a todos nós em uma causa comum. E guardando as devidas proporções, quem mora em uma metrópole, achará ridículo morar longe do centro da cidade a menos de uma hora de distância. Porém a reflexão também se aplica à você, pois na sua circunstância concreta, sua vida também está repleta de desafios.
Você vê a sua vida assim? Ela é um desafio pra você? E nesta batalha, você conquistando? É livre? Ou está perdendo e é escravo? Se você está conquistando, parabéns! Pois certamente você será um vencedor. E se você se considera perdendo esta luta, não desenime! O hoje, o agora, abre sempre uma nova oportunidade para você conquistar. Busque! Conquiste! Vença! Seja livre!
Mas lembre-se: as conquistas custam! E como diria o poeta brasileiro:
"A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira,
que por medo da bagunça, preferimos, normalmente,
optar pela arrumação."
que por medo da bagunça, preferimos, normalmente,
optar pela arrumação."
(Carlos Drummond de Andrade)
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Beijos